Me pague uma dose de vida!

E aí, a madrugada cai adentro de ti!

Pesada como um fardo de chumbo

Que municia a explosão, virada em porre e canção

Que fere o mundo, com insultos afundo!

Com toda a ira de quem alimenta um bicho selvagem

Com palavras, pensamentos e imagem

Por onde a estrada se traça, não é por nada

Mas na história disfarçada é que o mundo se faz em desgraça

Uma coisa vendida por outra, escambo porra louca

Sob o preço de um nada bem valorizado, ouro pardo!

E vejo gente tentando limpar a estrada, pra sentir sutil

Qualquer caminhada, que disfarce os buracos à frente

E aí, o silêncio e a música, a dor e a esperança

Que bela! Delas se faz uma dança, que observa-se

E inveja, a certeza da carne na mão, da ilusão!

A verdadeira verdade, o que todos dizem e gritam

Mais forte que o próprio desejo, no fora, no gozo, e no beijo

Vinde a mim mundo que almejo, ente linhas de rascunhos

Se a tinta acaba, cabe sangue e lágrima, pra desenhar essa história

Pauta perdida na gaveta da inglória, a vida!

Que rima coisa e causa vivida, convencida!

Para não falar de vencida, perdida, cumprida, falida ou decidida

Não há fim , pra o que no pensamento flutua,

Além do que sinto em mim, há os outros, ela e a rua...