MADRUGADA:
Madrugada:
E madrugada...
Em meio ao silencio
Escuto uma voz a me chamar.
Sem saber o que fazer
Chego à janela, abro-a.
Olho na escuridão nada vejo.
Nada mais escuto, fecho a janela.
Tento dormir não consigo.
A mesma voz, voltava.
A chamar por mim, pedindo socorro.
Transformando-se em um pesadelo.
Pelo resto da noite eu fico.
Pelo quarto sem sono a vagar.
Ao amanhecer volto à janela.
Volto a olhar a rua, nada.
Apenas pessoas, começando seu dia.
No corre-corre, diário de suas vidas.
Eu ali pensativo não conseguia ouvir.
As batidas insistentes na porta.
De repente, sob minha janela um grito ouvi.
Num estremecimento súbito acordei.
Deitado em minha cama, úmida de suor.
Foi então que, compreendi.
Que passara a noite sonhando.