PRA QUASE TUDO
Farinha na venta,
no olho pimenta.
Capote no frio,
no assombro água benta.
Na fome oração,
fermento no pão,
luar bem no teto,
cimento no chão.
Um leito pro rio,
um leito pro frio.
pro peixe um anzol,
um dia pro sol.
Pro corte uma faca,
pro crime uma taca,
pra morte uma maca,
pra vida ser parca.
Pro amor um beijo,
pro olhar a retina,
pro prazer um desejo,
pra ruas esquina.
Pro povo a praça,
a cachaça pro tédio,
pro riso a graça,
pra dor o remédio.
Saulo Campos - Itabira MG