Cargos honras votos vidas
Vendam, vendam tudo.
Vendam os seus próprios excrementos,
Dourados e perfumados, reciclados...
Vendam, que tudo é vendível
Para ex Sapiens, hoje Homo Consumens.
Vendam, sei que podem,
Cargos, honras, votos, vidas,
Mas quero ver se me vendam
Enquanto vendem,
Não conseguem.
Não me vendem os olhos
Que eu vejo,
Eu vejo,
Mesmo atrás da venda
Continuo vendo.
(Brasília, DF, 1985)