DESISTA DE AMAMENTAR MEUS FERROLHOS
Desista de entender meus pecados,
minhas ferrugens, meus remendos.
Desista de sentir meus versos,
minhas fantasias, meus acenos.
Desista de chamar meus frutos,
meus barcos, minhas feridas.
Desista de amamentar meus ferrolhos,
minhas armaduras, meus cheiros.
Desista de afugentar meus demônios,
minhas querelas, meus quitutes.
Desista de forrar meus sonhos,
minhas tetas, meus loucos.
Desista de encantar minhas fraldas,
meus encardidos, minhas porradas.
Desista de matar minhas fadas,
minhas raças, meus querubins.
Desista de acudir minhas prisões,
meus galopes, minhas farsas.
Desista de ressoar meus legados,
minhas câimbras, meus pés.
Desista de dissecar meus cheiros,
minhas soleiras, minhas olarias.
Desista de domar minhas falas,
meus espeques, minhas ciladas.
Desista de ninar meus esquisitos,
meus risos, meus guizos.
Desista de flambar meus becos,
meus beiços, meus sangues.
Desista de castigar minhas rebarbas,
meus avessos, minhas graças.
Desista de desnutrir meus conselhos,
meus devaneios, minhas canções.
Desista de alforriar meus esquecidos,
minhas fronhas, meus anões.
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