O sentir pelo ver
Não vejo nada que não seja ar,
pelo caminho das pernas, que este vê,
entre as pernas no caminhar, o ar sente
o soprar frio que o ar transmite, por elas.
Não vejo nada que faça sentir,
pelo balançar das pernas, sinto o que vê,
entre o soprar pelo ar, sinto o ser,
o ser ela, passar.
Não vejo nada que não ouça o chamar.
Pelo sentir posso perceber o perfume.
Entre o perfume, pelo ar, sinto o convite.
O ser se percebe pelo perfume.
Não vejo nada que nos faça sentir falta de ar,
pelo nosso andar, posso sentir.
Entre o falar, vejo nosso ente.
O ver é sentir por todos.
Não vejo nada a nos raiar,
pelo nosso sentir.
Entre nós dois vêem,
um vulto amoroso só.