KAISER NINGUÉM XI

Eu sou os escombros das entranhas, sou a vela sempre acesa

O criador das artimanhas que revela a sua defesa

Eu sou o símbolo sagrado que predica a eternidade

O sapato desgastado onde anda a liberdade

Eu sou a auto afirmação no orgulho de si mesmo

As tábuas da superação e o mergulho no abismo a esmo

Eu sou o céu dos adorados no inferno das vaidades

Sou o fel dos adornados, a Hidra de Lerna e as vontades

Eu sou além do que ja fui, sou aquém do que serei

Quem retém o rio que flui ao pensar tudo já sei

Eu sou a negligência oriunda da imanência

O sofisma da existência vem também da experiência

Eu sou a arte de destreza da renovação constante

O que ensina a natureza na sublimação do instante

Eu sou o poeta que se ilude na beleza da aquarela

Sou a seta plenitude na leveza que nos vela

Eu sou o ócio criativo onde nasceu o raciocínio

O negócio lucrativo que vendeu a obra de Plínio

Eu sou a sonda intergaláctica da justiça universal

Sou a sombra enigmática que cobiça o nada astral

Eu sou assim, indefinível, sou a vida em finitude

Sou o fim no perecível e a subida à altitude

Eu sou o jardim da infinitude, onde o julgamento vem

O estopim do fim que urde, eu sou o Kaiser Ninguém

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NoOnee
Enviado por NoOnee em 19/12/2017
Código do texto: T6203126
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