KAISER NINGUÉM XI
Eu sou os escombros das entranhas, sou a vela sempre acesa
O criador das artimanhas que revela a sua defesa
Eu sou o símbolo sagrado que predica a eternidade
O sapato desgastado onde anda a liberdade
Eu sou a auto afirmação no orgulho de si mesmo
As tábuas da superação e o mergulho no abismo a esmo
Eu sou o céu dos adorados no inferno das vaidades
Sou o fel dos adornados, a Hidra de Lerna e as vontades
Eu sou além do que ja fui, sou aquém do que serei
Quem retém o rio que flui ao pensar tudo já sei
Eu sou a negligência oriunda da imanência
O sofisma da existência vem também da experiência
Eu sou a arte de destreza da renovação constante
O que ensina a natureza na sublimação do instante
Eu sou o poeta que se ilude na beleza da aquarela
Sou a seta plenitude na leveza que nos vela
Eu sou o ócio criativo onde nasceu o raciocínio
O negócio lucrativo que vendeu a obra de Plínio
Eu sou a sonda intergaláctica da justiça universal
Sou a sombra enigmática que cobiça o nada astral
Eu sou assim, indefinível, sou a vida em finitude
Sou o fim no perecível e a subida à altitude
Eu sou o jardim da infinitude, onde o julgamento vem
O estopim do fim que urde, eu sou o Kaiser Ninguém
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