A ALCUNHA
Eu, passando aperto
Sem ninguém por perto
Cadê a ponta do cabelo
Nenhuma porta aberta
Cadê a ponta do novelo
Se você matou, enterra
Eu, correndo rápido
Pelos becos escuros
Apesar de ser rígido
Eu pulo os muros
Da escola, do hospício
Nem sei o que procuro
Eu, contando nos dedos
As minhas alegrias
Os meus segredos
As minhas alergias
Mas ainda é cedo
Para matar o dia
Eu, comendo a unha
Por falta de paciência
Sem ter testemunha
Apenas a inocência
E essa minha alcunha
De zé da imprudência