LIVRO

Os livros enchiam...

Enchiam a mesa e a certeza

o infinito de um poema sem fim...

Enchiam o horizonte do mundo

as águas dos oceanos

as vidas nascidas dos rios

e a ponte que levam a mim.

Os livros falavam mudos...

Das rotas e das navegações,

dos pólos dos trópicos e do meridiano

das estrelas das luas e planos

e também dos hemisférios,

fauna flora... Totens do firmamentos,

das orações de São Bento

e das tumbas dos cemitérios.

O livros enchiam a mesa...

A vida, contos e castelos

enchiam a incerteza

e os instrumentos de afinações,

e tudo que há de mal e de belo

as fé d'aqueles pagãos

e os sentimentos das nações.

Enchiam as vozes do som

as pétalas de todas as flores

as lacunas dos corações

e os polens para os beija-flores

e a cantiga das canções.

Os livros estavam lá

e tinham tudo sem comprar

ensinavam viajar

nascer, crescer e falar.

Antonio Montes

Amontesferr
Enviado por Amontesferr em 18/12/2017
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