DELINQUÊNCIA LINGUISTICA

DELINQUENCIA LINGUISTICA

Onde quer que estejam meus trapos verbais

Serei sempre este miserável

Que polui a face da escrita.

Sempre este provocador,

Destilando ódio e humor

Contra as cenas cotidianas

Das palavras abertas da ordem.

Aos amantes do bom dizer

E de boas ideias de mundo

Ofereço meu mais franco desprezo

Pelas regras gramaticais

E pela ordem de todos os discursos.

Não me engana qualquer disciplina,

Nenhum conceito ou verdade.

A linguagem selvagem,

Fechada sobre si mesma

Contra a normativa do sentido,

É minha trincheira de significação.