EXCLUSIVIDADE

Somente o poeta tendo o desejo da morte no coração,

tendo visto o precipício atraí-lo para baixo, para a perdição,

ainda tem tempo para recorrer ás páginas de um word e escrever,

sobre a dor, sobre a vida, sobre o caminho do seu viver,

Somente o poeta, mesmo estando numa mórbida depressão,

consegue ainda pensar e ter esperanças em meio a escuridão,

só o poeta, enxerga os pirilampos e o brilho da lua,

somente o poeta em pleno desespero, para, respira e depois continua,

porque os rios são assim, vão se embreando pela floresta esguia,

tanto no dia que resvala em sol escaldante, como numa longa noite fria,

porque os rios correm todos para o mar, o grande e feroz pai da terra,

somente o poeta é como os rios que não ousam subir a serra,

mas podem resvalar por ela numa queda da´gua em branco véu,

como as suas irmãs, as nuvens brancas amantam o azul do céu.

O poeta, somente ele, senta-se ao lado da atra solidão

e faz dela sua companhia num total isolamento de individualização.

Sim! Ele é solitário, assim como um diamante num anel,

solitário como uma sentinela em seu posto soturno no quartel.

(YEHORAM HABIBI)

YEHORAM BARUCH HABIBI
Enviado por YEHORAM BARUCH HABIBI em 18/12/2017
Código do texto: T6201850
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