BRASAS SOB CINZAS

Sempre que passo em frente

Daquele alto edifício,

Um caso me vem à mente,

Cujo fim lá teve início.

Da paixão que foi meu vício

Resta uma brasa ardente,

Queimando em sacrifício

Um coração que ainda sente.

Ao contemplar esse prédio,

Um acre e profundo tédio

Rouba-me toda a alegria.

No calor da nostalgia,

A desregrar em sangria,

Só o frescor é remédio...