ÁGUAS PASSADAS MOVE MOINHOS.

Luizinho era um menino

magrelo,

quando eu o conheci

estávamos mais para

inicio de manhã.

Andávamos pelo sertão

como dois sem destino.

nada para nos era

obstaculo,

os dias e as noites morriam

nas palmas das nossas

mãos,

o infinito inteiro rendia

a nossa alegria,

um dia uma vizinha disse:

Lá vão estes feijões

perdidos,

a vida para nós

era dormir e acordar,

mas não se engane,

o tempo é um ditador,

ele erou nos dois,

Luizinho apaixonou-se

por uma uva que não era

para seu bico,

morreu no bico do garrafão,

já bem moço padecia de

barriga d'água,

morreu sem deixar um

ato imortal,

exceto sua desenfreada paixão,

eu ainda resisto,

também não fiz

nada de excepcional,

mas acredite, herdei de

um tio o olhar para as

miudezas,

minha voz tem vicio de

infância,

ainda reside vários meninos

em minha velha estrutura,

o sertão esta lá,

algumas coisas modificaram,

mas o ventos de lá nunca

me deixaram sem poesias...

Tentaram me desenganar,

mas estou vivo nas recordações,

para mim,

águas passadas move moinhos.

Divino Ângelo Rola
Enviado por Divino Ângelo Rola em 16/12/2017
Código do texto: T6200642
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