ÁGUAS PASSADAS MOVE MOINHOS.
Luizinho era um menino
magrelo,
quando eu o conheci
estávamos mais para
inicio de manhã.
Andávamos pelo sertão
como dois sem destino.
nada para nos era
obstaculo,
os dias e as noites morriam
nas palmas das nossas
mãos,
o infinito inteiro rendia
a nossa alegria,
um dia uma vizinha disse:
Lá vão estes feijões
perdidos,
a vida para nós
era dormir e acordar,
mas não se engane,
o tempo é um ditador,
ele erou nos dois,
Luizinho apaixonou-se
por uma uva que não era
para seu bico,
morreu no bico do garrafão,
já bem moço padecia de
barriga d'água,
morreu sem deixar um
ato imortal,
exceto sua desenfreada paixão,
eu ainda resisto,
também não fiz
nada de excepcional,
mas acredite, herdei de
um tio o olhar para as
miudezas,
minha voz tem vicio de
infância,
ainda reside vários meninos
em minha velha estrutura,
o sertão esta lá,
algumas coisas modificaram,
mas o ventos de lá nunca
me deixaram sem poesias...
Tentaram me desenganar,
mas estou vivo nas recordações,
para mim,
águas passadas move moinhos.