NOITE DE TEMPORAL
Choveu a cântaros
De inundar os pântanos
Escorreram lágrimas
Entoaram cânticos
Para salvar as almas
Correram os meninos
Badalaram os sinos
Num grito de alerta
Quando a dor aperta
Perde-se até o tino
Ergueram os braços
Em súplices perdões
Santas e devassos
Uniram seus pedaços
Prostrados em orações
Céu não deu sinal
Caiu tanta água
De lavar a mágoa
De tirar a mácula
Do pecado original
Temporal fora de época
Após manhã de lástima
Jeito é virar a página
Encontrar um bálsamo
Aliviar o espírito
Até chegar o próximo...