FIM DA MATÉRIA

Curvei-me

Diante do túmulo

A evidência este é o meu corpo

E agora o que abraço

É só carcaça

Desencarnado, estrutura indicado

E agora o medo da vida

O medo não tem tempo

É o medo de adoecer

É o medo de hospital

É o medo da agulha encrustada

É o medo da cirurgia

É o medo dos médicos

É o medo do tempo que demora

É o tempo ingrato de morrer

Morrer sem deixar

O triste despojo da carne

A exangue máscara de cera

Cercado de flores

Que aparecerão felizez

É o fim de tudo.

josenir
Enviado por josenir em 14/12/2017
Código do texto: T6199117
Classificação de conteúdo: seguro