FIM DA MATÉRIA
Curvei-me
Diante do túmulo
A evidência este é o meu corpo
E agora o que abraço
É só carcaça
Desencarnado, estrutura indicado
E agora o medo da vida
O medo não tem tempo
É o medo de adoecer
É o medo de hospital
É o medo da agulha encrustada
É o medo da cirurgia
É o medo dos médicos
É o medo do tempo que demora
É o tempo ingrato de morrer
Morrer sem deixar
O triste despojo da carne
A exangue máscara de cera
Cercado de flores
Que aparecerão felizez
É o fim de tudo.