AMBÍGUOS RITUAIS

Só a tristeza dantesca e descabida

Enxerga do homem a ânsia de viver,

Nada mais é que refrão de cantiga,

Ópera que encarde o ritmo do ser...

Devaneio sublime arrebata do elixir

O plasma do sonho pueril e inocente,

O tempo em que se é feliz é o porvir,

Porque a decência reside eternamente.

Tal é a brevidade da vida que agiganta

Diante das horas tudo o que se planta,

Pois semeadura é uma colheita vasta...

Nunca pomos as evidências face a face,

Deixamos que os escrúpulos se passem

Pelas rotas ambíguas e tudo se desgasta!

DE Ivan de Oliveira Melo

Ivan Melo
Enviado por Ivan Melo em 14/12/2017
Código do texto: T6198412
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