A serra

Horizonte manchado

com nuvens irregulares,

cinzentas e espessas.

Ventos errantes

de idas e vindas,

chegadas e partidas,

ricocheteiam à esmo.

Um longo véu

que do céu escorrega

vem lavando, paulatinamente,

campos de cana e soja,

automóveis e fumaça

e asfalto quente.

O que resta

de poucas nuvens desfalecidas

fazem sua saída

à francesa.

Vejo a serra

incólume, imponente

impassiva!

É lá

que meus olhos

descansam.

Márcio Filho
Enviado por Márcio Filho em 13/12/2017
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