CONCEITOS

CONCEITOS

Onde anda a verdade?

A sabedoria de Salomão?

Onde anda os velhos valores?

O amor, a solidariedade onde andará?

Cadê nosso jeito

Brasileiro, não o jeitinho

Aquele jeito...

Alegre, sorridente

Benevolente, valente, destemido

Saudade da missa!

Do culto da dona Ilda

Lúdico, com presentinhos de papel no final.

Saudade dos docinhos

Oferecidos com alegria

Pelo padre Paulo depois da reza

Da benzedeira que rezou meu braço

Do pai de santo e seus conselhos

Lembranças doces!

Das cadeiras nas calçadas no fim de tarde

País, padres, pastores, donas de casa, pai de santo

Assistiam nossas brincadeiras de roda.

Sinto falta das crianças nas ruas

Brincando de queimada, bola de gude

Soltando pipa, batendo uma pelada

Sendo criança, era só ser uma boa criança

Ser educado e respeitar os mais velhos

O resto não era da nossa ousada

Nossas escolhas?

Direcionadas, será?

A César o que é de César, a deus o que é de deus

Tudo bem simples

Cumpri a leis dos homens ou vai para o xadrez

Não cumpriu a de deus, o inferno de aguarda

Cada um no seu quadrado,

Fundamentalismo? Extremismo? Aqui? Mas quá!

Coisa de mundo distante

Não aqui

Acabou o medo de contar estrelas e nascer verrugas nos dedos

Não levamos mais um pedaço de bolo para o vizinho

Cadê os batizados? Comadres e compadres?

Acabou a consideração, o amor a amizade sincera?

Será que é tudo faz de conta?

Mentira?

Muito cara essa conta

Não tem vida

Nem cor

Um parecer

Ser.. Onde anda você?

Acho que envelheci.