Espectros egoístas
Cheios de nós, entulhados de egoísmo
Tanta demência, vileza, insanidade
Sem hesitar vamos ao fundo do abismo
Voando firmes com as asas da crueldade.
A nossa força produzida na ganância
Que é a doce doença da humanidade
Que nos envolve no manto da ignorância
E nos imerge na sacra frivolidade.
Entorpecidas permanecem nossas mentes
Singrando mares de estéreis existências
Rumo a horizontes que em si são inexistentes
Ferindo as águas com os remos da demência.
E navegando cegamente em águas hórridas
Beijando a boca de brisas alucinadas
Na incumbência de trazer ideias sórdidas
E alimentar as almas alienadas.
Raios espúrios sobre todos desferidos
Trovões rugindo neste céu dos desalmados
Olhares loucos, brutos, entenebrecidos
Corações pútridos, de ódio encharcados.
E a esperança fétida se desfazendo
Seres telúricos levantam-se insolentes
E os resquícios de consciência vai morrendo
Nos pobres seres arrogantes, prepotentes.
E o grito ecoa desses seres miseráveis
Por mais e mais desse veneno implorando
Em seus delírios consideram-se notáveis
Dizem andar enquanto seguem rastejando.