O LOBO DA LUA

Mulher das longínquas estrelas

nos olhos verdes de nascidas princesas

mergulhada num oceano de sereias

sem preconceito de milenares velhas

teu amor feita no imaginar guerras

como leoa dona das selvas

anda tu dama nua nos lilases das relvas.

Eu vou falar do amigo solitário o lobo

que monstrengo neste frio conto

perdeu o prazer de andar alcoólico tonto

alcoólico de quimeras azuis zonzo

é beleza de selvageria dum ogro

lobo esse que demasiadamente louco

foi ser poeta na libertária de pobre solto.

Lobo que milhões de espíritos do meu fogo

fogo esse que atravessa a alma num foco

parte do meu espírito, todo meu elixir, tu bebe, dum tudo no dolo

és um maluco transviado da verminose de doido

poeta que lobo invoca todo o prazer do mosto

perguntem onde vai nascer o teu sol e até quando

esmigalha o monstro do prateado rude osso.

Garotas sonham em ser mulher

lobos gostam de quem ninguém quer

garotas ouvem rock and roll no perdido ser

lobos transam com quem ninguém ousa ver

garotas gemem e começam a morder

essa é uma poesia para o ódio no nulo mover

garotas sonham em ser o que não existem saber.

Dancem políticos na cama do lobo

dancem políticos na região do espectro do outro

abram o mundo num morrer em serelepe ostro

matem as dores de dente na roubada esmeralda

sequestrem todas as inteligências da amada

perdam o medo da horripilante e cruel mata

traspassando o limiar dos olhos na sangrenta faca.

É os espíritos dos meus sonhos

invocam políticos com sede de ganhos

arrebatam os abismos da afiada morte

donde todos os românticos sem sorte

morrem sem os prazeres de mulheres na noite

no arém de huris com impiedade na mente

moram milhões de ratos no poluído dente.

Ó mulher que triste és o desprezado lobo

mergulhado num pântano de monstros

monstros gordos que comem e vômitam sonhos

demônios azuis de rebanhos de cegos cervos

onde no planalto dos políticos sem verbo

matam anjos caídos roubados num sequestro

Brasília não tem filhos pois mataram os netos.

Lobo vermelho de vômito sem filho

si perde no trem com luxo de pássaro sem ninho

comem segredos ocultos no amargôr do milho

meu infantil de capoeiras sem sombras e círculo

embriagados com veneno de sangue nobre o vinho

digam ao lobo político só milhões de teus adeus

acabou o tempo são melancólicos os ateus.

O amor é um mendigo facínora em veste de lobo?

trocam permutas de selvagem guerras por trocos?

matam na serra sagrada anjos loucos?

esfolam os cidadãos em quimeras de ser solto?

extraçalham o vidro no pescoço nobre envolto?

esses lobos são os encruzilhados dos encontros

morrem e ficam sem amor, sem amor, sem amor.

Lobo que mortífera é a donzela deste amor

sem amigos nunca ele fugitivo amou

lobo que castigo é o desbravar ínfido amor

sem amigos nunca ele fugiu, mas amou

arrebatado é a loucura do planalto azul sem sol, sem amor

Francesco não pergunte se você já amou

no horizonte de hades num castelo mora o lobo

todos os sonhos são reflexos de mistérios, um, em mil coitos.

Político romântico na escuridão de rude lobo

assassinada língua neste século em lua

morrendo o mesmo lobo na virgem formosura nua

em luxúria de fazer política com mais que duas

anjos nunca caem nas róseas e verdejantes plumas

fêmea que contempla o Brasil sem poeiras sós nas luas

não tente imaginar a mentalidade de elefantes e lobos

na cama das epopéias todos os políticos amaldiçoaram os luares...

Somente restou no Brasil agruras...

Mas começa a nascer esperança?