Cecília
Como tu oh amada Cecília
Igualmente me doí a dor da morte certa
E pelo mesmo motivo que a fazia sofrer
O conhecimento do algoz feroz
Penso nisso tudo e paro diante da vida
Prostro-me é certo
Por faltar forças nas veias
A levar-me ao altar da reza
Já que é de Deus que preciso
Para fugir de um destino tosco
Neste tempo, morro, morro, morro
Visto não ter a vida que sonho
E aquele punhal que relata
Mata-me vagarosamente
Com todas as mãos conhecidas
De todos aqueles que amo
Porém não importa a este tempo esta morte
Somente a que me representa
Deitada em maca fria
Com os pés sujos e as mãos cerradas
Olhos ( ) não sei como estarão
Morte para sempre e sem o seu punhal
Dizem ser sempre muito tempo no breu
Vou buscar, talvez, a dita morte
O lugar parece acertado
Errado é o agora
De certo desejo mais tempo