Fina Pele

Ao acordar o silêncio que me arde( )

A noite quente e espessa que alimenta a alma

Sonho com dias diletamente austrais

O que mais parece desespero

Na busca pela vida, normalmente, inerte

Sentida no fundo do nada cheio de culpa

Estribada no cotidiano vázio e frio e corrosivo

Das longas estradas desprezíveis

Cheias de delírios esquizofrênicos

E mania de ser grande

Do tamanho ou menor que o travesseiro

Que bordou de estupor a minha cabeça pelada

Na madrugada cedo que acordei assutado

Com a mediocridade da minha própria existência

Fina e torta e morta

Na qual busco o desejo abstrato de ser ( )

Nesse nada existir

Onde corro solitário entre gentes

Que sem significado

Nem mesmo os passos põem sentido

Rápidos para o todo infinito não descrito nem compreendido

Absolutamente dispersas e perdidas

Na escuridão do dia frenético e tosco

Apressadas como o vento

Bendito seja o vento...

Que sem destino se leva

Poderia o homem profundamente realizar se-lo

Ou quem dera ventania.