A noite em que comi meu coração.
Levei à boca, a carne pulsante, vermelha e quente
sangrenta e crua,
ácida, ardente.
As entranhas do meu peito,
que empurravam através de mim,
um rio de sangue e sentimento,
Não foi por fome que me canibalizei
foi por desgosto e tédio,
que resolvi me devorar,
que me castrei de toda paixão
e daquela quase imortal esperança
de que eu fosse capaz de sentir algo verdadeiro
novamente,
e novamente
depois de cada baque e de toda traição
Antes comido por mim mesmo do que devorado pelo tempo
pela passagem lenta dos dias
me corroendo a sanidade
Antes devorar meu coração
do que ser devorado por ele.