Desvarios Urbanos

Nas placas de rua e nos desvios,
Numa guerrilha urbana perdida,
Nas esquinas de vadias e vadios,
A flor bela virou singela bandida.

Na casa em que se abriga o ocaso,
Numa morada caiada e sem teto,
Num bairro próximo ao acaso,
A vida brinda, brinca de objeto.

No tilintar indecifrável de taças,
Numa cristaleira de pó e cupins,
No habitat infindável de traças,
A vida se faz entre inícios e fins.