A cachoeira e o vulcão.
Rio, 05.12. 2017.
No vulcão do teu
Corpo tendador, eu me perco
Em nuvens delirantes de vapor.
Depois eu caio feito chuva forte,
Em tempestades radiantes de amor.
E me ponho a seguir
mansamente o meu caminho;
Sou cachoeira, em minha beira,
Tu refrescas teu calor.
E tu me vens cantar canções
De fogo em minha superfície d'água
E eu vou fervendo aos poucos,
Megulhando no teu fogo a minha alma.
E de tanto me afogar no teu ventre morno,
Vai se derretando lentamente o meu escudo
E hoje certamente eu já não luto,
Contra esse desejo que faz
Eu me sentir tão inseguro.
E segue o fluxo, o empuxo e
A correnteza que nos separou,
No que concerne a geografia.
O vulcão em erupção e
Selvagem cachoeria fria
de que trata, exatamente,
Essa poesia.
Clayton Marcio.