Amor imperfeito

Abri o pequeno silabário sujo de tinta…

Saltaram aranhas armadeiras

Víboras e mil centopeias.

Lobos a uivar…bruxas a praguejar,

Conluios dos ladrões de Ali baba..

Vi os bosques escuros e frios como catedrais,

com a velha coruja das torres a ulular...

Oceanos…iras….tumultos e monstros marinhos!

Vi a própria escuridão que é também uma teia…

Jamais havia visto tamanho bulício!

Fechei o manuscrito ecoando no denso vergel …

Percorrendo-me a epiderme em fogo um suor frio

Ao ver que não havia-te guardado!

Insensatez deste fátuo poeta louco!

Que recorda com saudade nas poeirentas entrelinhas

Dos Espelhos de cristal que tornam perfeitas

as nossas imperfeições…

Febo
Enviado por Febo em 04/12/2017
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