O Poço, O Vazio
Poço sem água, sem vida, sem fundo
Nos fundos de uma charneca abandonada
Onde a solidão se personifica,
no vazio, materializa-se
Lúgubre, sorumbática
Ou veste máscaras com musgos,
a fazer caretas para as crianças,
que retornam da escola,
afogando-as, num misto
de tensão e curiosidade
Como descrever esse vazio?
Talvez, como o vazio que sinto n’alma
Nas câmaras recônditas do meu ser
Quando fico apenas um dia,
pressuroso, angustiado
sem poder sequer,
lhe ver.
davicartes@gmail.com
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