A ÚLTIMA BOLHA
Eu estou tateando a pele da noite
Perdido nas veredas do acaso
Em busca das últimas gotas de veneno
Para chegar a qualquer paraíso
Quando o sol mostrar a sua fúria
Acordando o mundo de sua preguiça
Colocando ponto no terceiro ato
Da magia que fingimos viver
Não temos força para interrogar
O cão faminto revirando o lixo
Ou ao homem que ficou na calçada
Recolhido como um caracol
Entre os canteiros do jardim do mundo
Não temos alegria para exclamar
Nossos versos recitados em mesa de bar
Após nossos sorrisos etílicos
Sem presta atenção à letra do blues
Ressoando entre as nossas angústias
Desfaz-se agora no fundo do meu corpo
A última bolha de felicidade