Sem o Barulho do Mundo

Sem o barulho do mundo,

Para não falar silêncio,

Ouve-se a fina e persistente

Melodia da chuva noturna.

Se bem que

Alguns ainda a desfortunam,

Levam sua quietude à falência,

Uns com suas carências rugosas,

Outros com suas histerias inconvincentes.

Enquanto isso, são incapazes de notar

A vida escorrendo à surdina,

Sem um só refrão,

Ora para a música da arrebentação infinda,

As ondas num estribilho a divagar,

Ora para a culpa e sua disfonia

Sem nenhum perdão.

André Claro
Enviado por André Claro em 02/12/2017
Reeditado em 02/12/2017
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