Teus olhos são negros...
Teus olhos são negros...
Negros... como a noite sem luar
São ardentes, são profundos,
Como o negrume das profundezas
do mar em seu desejo sem amar
Dama da noite desfila o seu charme
Roubando olhares como roubaste
Corações perpetuando o seu beijo
Sem desejo fascinados e ofuscado
Nas tempestades da vida
Das rajadas no furor,
Foi-se a noite,sem auroras
Descobriu o Gondoleiro do amor.
Teu seio é um vício vagando sem luar
Ao tíbio clarão da lua,
Que, ao murmúrio das volúpias,
Arqueja, palpita nua
Quando pensares estará
Deitada em seu reduto
Solitária chamando o amor
Que ficou nas suas evoluta
Sacas, apenas sonhos sem rumo
Que viaja pelo seu corpo despido
Esperando a morte chegar
Teu amor na treva é — um astro sem direção
Obscuro observado sem sonho dourado
Como a noite em tempestade
Em seu silêncio uma canção
É brisa vem aclamar o amor
É sóbrio sem abrigo perdido
Nessa imensa escuridão
Morrendo o seu coração negro pela vingança
De um amor falecido na sombria
Das trevas solidamente... morrendo
Na avassaladora, do que nos prendermos na tristeza
E morrendo sem grandeza
Tudo virou ruínas na vida que lhe fez nascer
E teus olhos negros não quisera enxergar.