DÓCIL TRISTEZA
(Sócrates Di Lima)
Amanhece o dia no meu olhar sereno,
Vejo a longe o dia nublado,
A chuva fina faz o dia moreno,
Vitrais em gotas e espelhados.
Cristais em folhas sobre a terra...
em um gramado de corpo santo,
Flores orvalhadas no inclinar da serra,
Onde passa o rio que corta os cantos.
Sobre a mesa o café esfria...
Na umidade do meu coração...
Emerge então a dócil poesia,
No triste desenhar da minha visão.
Dócil tristeza...despercebida,
Que meu coração espelha,
Olhar sinuoso nas estradas da vida,
Como o zig zag na flor por uma abelha.
Olho cético o meu interior...
chuvoso como minha manhã sem Sol...
Triste faz o meu olhar ulterior,
Ao ver ao longe um triste arrebol.
Deixo, meu barco recolhido as velas...
No remanso do meu mar..
Como pinturas em frias telas,
Onde o olhar se perde sem se despertar.
E assim, segue minha Nau...
Já não mais, um barco a vela...
Grandiosa e' a tristeza que me faz mal,
Quando minh'alma se enche da saudade dela!