DÓCIL TRISTEZA
(Sócrates Di Lima)


Amanhece o dia no meu olhar sereno,
Vejo a longe o dia nublado,
A chuva fina faz o dia moreno,
Vitrais em gotas e espelhados.

Cristais em folhas sobre a terra...
em um gramado de corpo santo,
Flores orvalhadas no inclinar da serra,
Onde passa o rio que corta os cantos.

Sobre a mesa o café esfria...
Na umidade do meu coração...
Emerge então a dócil poesia,
No triste desenhar da minha visão.

Dócil tristeza...despercebida,
Que meu coração espelha,
Olhar sinuoso nas estradas da vida,
Como o zig zag na flor por uma abelha.

Olho cético o meu interior...
chuvoso como minha manhã sem Sol...
Triste faz o meu olhar ulterior,
Ao ver ao longe um triste arrebol.

Deixo, meu barco recolhido as velas...
No remanso do meu mar..
Como pinturas em frias telas,
Onde o olhar se perde sem se despertar.

E assim, segue minha Nau...
Já não mais, um barco a vela...
Grandiosa e' a tristeza que me faz mal,
Quando minh'alma se enche da saudade dela!
 
 
 
Socrates Di Lima
Enviado por Socrates Di Lima em 01/12/2017
Reeditado em 01/12/2017
Código do texto: T6187267
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