COLCHA DE RETALHOS
Renovar é coser colcha de retalho
Pegue tecidos recortados
Panos velhos já usados
Pode ter coloridos desbotados
Pelo sol, pela chuva, pelo trabalho
Agulha e linha, mãos à obra!
Acerte o pano, faça a dobra
Quebra-cabeças a se encaixar
Todo pedaço tem seu lugar
Tempo você tem de sobra
Basta paciência e caprichar...
Junte um a um os quadradinhos
Os tortos também dá pra aproveitar
Desmanche se preciso um pouquinho
As cores nem precisam combinar
Nunca tenha pressa de acabar
Mais detalhes você pode imaginar
Se a agulha lhe furar o dedo
Nessa ferida dá-se um jeito
Quem me dera fosse tudo perfeito
Guarde a dor, faça segredo
O ponto seguinte está a espera
Camiseta rasgada, calça de brim
Paletó em farrapo, vestido de cetim
Nem tudo que é velho é de todo ruim
Unir retalhos é cultivar um jardim
Semear flores no meio do capim
A rega diária, perene artesanato...
De repente, sem espalhafato
Ou toques de clarim
Floresce uma rosa carmim
Um girassol amarelo
Um cravo, um jasmim
Um colorido tão belo
Dando tanto prazer
Quanto a colcha de retalhos
Ao terminar de coser