LOBO NOTURNO


Sempre o mesmo apagão na alma que se quer brilhante e transparente ,
qual cristal .

Os mesmos ruídos roucos e palavras vadias em meus crédulos ouvidos ,
concebidos no gozo de um último suspiro existencial .

Rogo-lhes , paredes do meu quarto ,
fortaleza de alvenaria onde me guardo -
protejam-me dessa agonia que é viver entre lobos perdidos e soltos pelas ruas ,
toda noite ,
toda madrugada ,
toda vez que fantasio e quero sonhar acordada .

.
20.12.2008
Rep/
Miriam Dutra
Enviado por Miriam Dutra em 30/11/2017
Código do texto: T6186708
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