Urbano...
Urbano...
O olhar vagueia
Navega no mar de concreto
Cimento, aço e areia
Imponente como o deserto...
A cidade já não anda, sobe
Grita, ninguém entende
Torre de Babel
Cumes de vaidades
Reinam no céu
O alcançam sem asas
Gigantes lisérgicos
Epitetados, casas...
Em muitos, habitam ganância e tédio
Livrar-se do pequeno, é remédio
Engolem, cospem em casebres
Moradas de pobres
Almas nobres...
Ricos de labuta
De força e lutas
Construtores de reis e palácios
Usando suor, sangue e os braços...
A cidade sobe, não dorme
Se alimenta de pobres, ricos e nobres...
Ema Machado.