Todo mundo tem suas noites
Depois da meia noite
É que sai os poemas loucos
As baratas correm nas paredes
As cigarras começam a tocar
Eu meio deitado nessa rede
Tentando fazer o poema entoar
De versos em versos me encontro
Em um papo com os vaga-lumes
Um barulho la fora e já me espanto
Quem será? Quem será? !
Volto a deitar e meio tonto
Invento um sonho pra abraçar
Meio perdido nesta solidão
Pensando na vida e ela a falar
É nessas horas que o coração
Chora, rir e faz a gente pensar
Que já pensou o sol não nascer
E a vida toda perdida sem amar!
Mas todo mundo tem suas noites
E o galo demorou a cantar
Não é insônia ou algo tosco
É a beleza da madrugada, enfim
E o que no dia não rimou
Vou colocar na mesa e repartir
Já é tarde e não dá pra dormir
Amanhã tenho que levantar
Lavar o rosto, tomar um café
Pra essa vida vou ter que partir
A meta de hoje é ter muita fé
E amanhã quem sabe sorrir.