A POESIA MAIS SATÂNICA DOS ANJOS?

Poesia? Então diz ele:

Nas trevas dum silêncio bravio

quando apenas tua voz me acalma

olhando pro branco que padece

sem amigos pra amar

sem um animalzinho pra sorrir junto

numa distância afavor das sombras

meu amor é menino numa menina

meu querer é aflorar mulher que irradia caláfrios

meu amor é solteiro andante

onde mais tantas danças sobre rãs?

que desassocega crimes

e num primeiro amar; limitações

eu ti pergunto ó escuridão por meu pai; o amor

meu pai que criou-me na alegria nefasta

então onde existe um canto certo nessa minha ferida?

E a música cessou e nada nos limita

o meu amor é perdão e atavia doçura?

Escuridão de novembro ao sono implora

pois nas trevas não há barulhos do tempo

meu amor ao ouvir sentimentos primazes

eu sei que vai haver farturas de paixão

e corações transplatarão verões no inverno

eu sei que vai haver mulher compreensiva

e no jardim da lua fadas dançarão

e no oceano das lembranças ondinas vibrarão

pois aqui é inverno no lembrar coração

meu amor eu sou teu fantasma

tua nudez de sagrada honraria coroada

meu amor eu sou palavras da depressão

meu amor sou a ansiedade fantástica

fantasia de duendes perdidos

eu que lembrando dos duendes também sou

me acorda deste sonhar papai em mel

adquire o nobre honrar das indecências?

Suporta a lânguida esperteza do silêncio

eu não vou mais lacrimejar tuas emoções

donzela que nessa irresponsável tristonha quimera

a monstruosa causa humana se construa

e de humanos se esconde o sol no fronte de guerras

escuridão sem amor? Ou amor que invaidesse plebeus?

Eu que queria uma poesia me achei morto

eu não busco um novo degustar carinhos meus

onde se alarga a mística a arrepiar perguntas infinitas?

No tesão do florescer da maçã de deusas

que permite o adeus do sol em dezembro

vidas que acodem um fascínio de alcoólatras

eu bebo no imaginar a tua liberdade ventos de frio consolante

meu amor por poemar ladeiras profundas

o ardor do inexistir fascinação do resplendor do Paraíso

águas cristalinas da aurora

pecado sôfrego de descobrir em ti beleza

anjos encobertos de pérolas do céu

tu se faz

um sorriso de dentes seráficos

tu se faz

e nessa tristeza gótica fruir o aroma crítico

tu se faz

oh me faz?

de mulher, doce mulher que num respirar rosas em pecado; dorme.

Eu em ti volto a ser.

Francesco Acácio
Enviado por Francesco Acácio em 29/11/2017
Reeditado em 29/11/2017
Código do texto: T6185071
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