bote
O tempo se esticou
e estalou um beijo no osso
Da carne, insinuou na sombra
das borboletas e deu o
Bote! mas quem era o rei
Dos mares, o homem que escalava
As montanhas, que se impôs como
Ente nesse mundo extravagante, quem
Deixou o ar penetrar nas profundezas
Do coração?
Salto á frente do tempo
E vejo a estrada destratada, o umbigo
Falando alto, o fétido veneno espalhado.
a morte ao lado,
giro vento, giro giro
torno forno, queda, puta catapulta
cata-vento,
Garfo, faca, garfa, pedra ilhada na janela,
deixo de ser,
momento a momento
Converso com o tempo, sei da sua fome
E do seu próprio destino: "ser além de si
Mesmo", que é como não ser. Dou eu o bote
No tempo!