VERTICALIDADE

VERTICALIDADE

Prédios e mais prédios

Até onde a vista não alcança

Corpos empilhados entre lajes

Sem ventos com pós

Aguardando as pás

O horizonte morre

Numa janela entreaberta

Num pedaço de sol

Por onde entram

Os sons estridentes

Buzinas e sirenes

Como a querer organizar o chão

Domínio de motores em caos

Em ruas impermeabilizadas

Do alto se vê pequeno

No alto do arranha-céu

E cada vez mais próximo

Do infinito morto

Buraco negro

No silêncio de tudo e todos

Tão longe tão próximo

Da última morada

Num cemitério vertical

Ad eternum

Arnaldo Ferreira
Enviado por Arnaldo Ferreira em 27/11/2017
Código do texto: T6183386
Classificação de conteúdo: seguro