VERTICALIDADE
VERTICALIDADE
Prédios e mais prédios
Até onde a vista não alcança
Corpos empilhados entre lajes
Sem ventos com pós
Aguardando as pás
O horizonte morre
Numa janela entreaberta
Num pedaço de sol
Por onde entram
Os sons estridentes
Buzinas e sirenes
Como a querer organizar o chão
Domínio de motores em caos
Em ruas impermeabilizadas
Do alto se vê pequeno
No alto do arranha-céu
E cada vez mais próximo
Do infinito morto
Buraco negro
No silêncio de tudo e todos
Tão longe tão próximo
Da última morada
Num cemitério vertical
Ad eternum