POEMA SEM ESTRELAS.
E quando vem
a noite,
sinto a falta tua,
foi a megera rua
que tomou-a
nos braços,
mas olha!
Tua falta é um martírio,
alonga a noite,
e traz delírios,
me traz as encruzilhadas,
e o que fazer então,
com teu vestido pendurado
no canto do quarto,
e este cheiro
que me acorda,
e esta imagem plantada
sobre a mobília rústica.
Não deturpe a ideia
que me prega neste poema,
sou um anarquista
desarrumado, entre as
linhas do passado,
e nesta noite longa,
sem muita delonga,
vou revelar-te este meu
amor que arde,
e se esconde sem alarde
debaixo de tanta calma,
a noite está em horas altas,
e a sensação do momento
é sua imensa falta.