LÁ VEM O TREM.

Vê lá, la vem o trem,

Boa Vista, Tabões, Águas Claras,

Dobla, Teixeiras, Moreira

Mostardas, Caatinga,

Abrêus , Contendas e Lageado,

lá vem o trem de tantas polis

rebentando em Alvinópolis.

Terra , semente, serpente,

mulher,missa mal rezada

,sino mudo na noite calada,

menino sem sonhos,

metido no mato,sem medo,

sem ambição de querer ganhar

uma estrela, estradas de terra,

cavalo trotão, amansa a terra

como os bravos os trovões,

rios minguados, olhos gordos

dilatam os prados.

Arados, terra tombada,guia de bois

ao sol alvejado.

Menino cresci como Imbaúba

do mato,

é manhã tem que ir estudar

o já inventado,

mas quando retorna a casa,

seu brinquedo é;

enxada , foice e machado,

assim decora o alfabeto,

memoriza a tabuada,

mas e a leitura ?

Livros não há para essa

classe dominada,

ele vai ao trabalho, sua unica

opção,

volta bem tarde, com o destino

nas mãos,

sua unica esperança é a farta

plantação,

menino da roça, quer uma

pitada a mais,

que abrande seus ais,

cresce e sua esperança

é encontrar uma menina

de tranças,

mas o tempo passa,

e a vida se encarrega de

outras aventuras,

e o trem continua passando

mas no entanto , e portanto

traz modernidade.

E os meninos já podem sonhar

como menos adversidades.

Divino Ângelo Rola
Enviado por Divino Ângelo Rola em 26/11/2017
Código do texto: T6182617
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