Rasgo o Véu
É cruel saber que não tenho o amanhã no prato
Mostrando o melhor da vida conosco
Aqui, gente que bate e leva
Ainda é sovada
Está acuada
Debatendo
Na lista
Desaforos vividos na casa
Terra
Pobres e ricos que perderam o sossego
Grade que blinda e enjaula
O bandido e o corrupto
O ladrão de galinha
Os homens de bem e seus filhotes
Cela apertada
Mijo dos homens dentro, tiveram tudo limpo para fazer direito
No início, bebés de fraldas engatinhando em estado angelical
Agora
Ébrios
Dominados pela cegueira que parasita-os,
Fracasso! Fracasso!
O natural pede fluidez
Ida
A ironia que o agora revela em atos
Traz o mistério lacrado a sete chaves
O amanhã
Que não é revelado
Mas Eu posso!
Deve ter outro jeito!
De entender os trejeitos que a vida tem
Para o sorrir natural
Viver o amor divino ininterruptamente
Por isto e além disto, eu posso!
Mover o véu que encobre o amanhã
Jogo-o fora
Antes
Rasgo-o
Não servirá ao menos para limpeza pesada
Vejo o amanhã que crio
Para mim e àquele que comigo respira
Para o bispo e a prostituta
Para o homem de bem e o bandido
Lanço este lamento em palavras para o alto
E de lá crio na tela colossal do juízo
A história do amanhã
Repaginada
Refeita e melhorada
Lá, não existe a criança barriguda
Depósito dos vermes
Os analfabetos e moribundos
O horror da pobreza
A pobreza do belo
Do bom
Vivo com aquele que comigo assiste o futuro
A glória almejada
Resplandecer fulgurante das primícias do Imorredouro
O real vivido pelos Grandes Espíritos de luz
Agora partilhado com o homem
Vejo o novo tempo
O nascer do amanhã