PETIZ
É de conto de fadas
pequeno, tão moleque
arteiro, um quase nada,
e miúdo zombeteiro.
Tão sapeca, traquinas
alegre com meninas.
É de conto de fadas,
brinca em corredeiras,
molha os pés, a cabeça,
a vida e a alma inteiras
docemente molhadas.
Passa o tempo no riacho,
esquece o farnel na trilha,
anoitece, eita diacho,
essa maravilha.
É moleque
o tal menino,
abre em leque
o garoto,
pássaro fino
em revoadas.
No rio ele se banha,
as roupas às margens,
ao sol, largadas.
salta feliz
nas carruagens,
É sim, um petiz
de conto de fadas.
Dalva Molina Mansano