Poema: As Mãos Humanas
Mãos perversas, mãos grosseiras
Mãos que maltratam a gente
Mãos cretinas, mão falsárias
Que nas horas necessárias
Agem tão covardemente.
Mãos que fazem a hecatombe
Mãos nefastas e toscas
Mãos rudes e mãos dispersas
Mão sinistras e perversas
E mais sujas do que as moscas.
Mãos malvadas e nefandas
Agrega ações pentagonais
Que maliciosas mãos
Inimigas dos meus irmãos
Látego dos nossos pais.
Mãos que cortam a nossa carne
Nos momentos necessários
Mãos hostis e deletérias
Que rasgam nossas matérias
Como as facas dos sicários.
Mãos rústicas e nefárias
Sejam quentes ou úmidas
Mãos que fazem o homem morto
Mãos que praticam o aborto
E devoram carnes túmidas.
Que mãos! Prediletas mãos
As mãos que escrevem apodos
Mãos funestas e mãos vis
Que picam nos bisturis
As matérias de nós todos.
Mãos carrascas, mãos nojentas
Mãos paupérrimas no amor
Mãos sórdidas, mãos malédicas
Assim serão as mãos médicas
Cuidando da nossa dor.
Mãos que apertam nossas carnes
Mãos tétricas e opressoras
Mãos picantes e perversas
Mãos que escrevem vis conversas
Mãos bruscas e pecadoras
Mão abjetas e homicidas
Mão tiranas mas sevícias
Mão que operam lá nos quartos
Os mais obscuros partos
Mãos mendigas, mas carícias.
Antônio Agostinho