Vinha um homem junto a sua dor
Vinha um homem junto a sua dor
Ou seria a própria Elegância aquilo com aquele
[andador?
e era certo e absoluto seu trote manco;
luzia grave e robusto seu sorriso torto
e até o meu riso - que se julgava reto -
descobriu-se mero impostor...
Mas por Deus, dor é dor!
De repente a nau toda afunda...
O trem para nos trilhos...
O tempo congela nos nervos
[aflitos...
(silêncio homicida...)
...e então ressurge divina e profética como uma
[Senhora de Aparecida
a Elegância Vencedora do homem com sua dor.
Que passo antilógico e apolítico!
que absoluta negação da gravidade!
Luta? Labuta? Que nada...
aquele andar era Arte!
(Era A Dança de Quintana!...)
Que desvario esse passeado
tão decidido a ser imperfeito!
Que encantando esse passeado
que tinha algo de passarado!
(Seria o poeta à paisana?...)
Luta por mim, homem torto!
Amarra aos ombros
minha bandeira (frágil e falsa)
e celebra esse exército rubro
que lhe conduz visível e oculto
por entre o ferro e a brasa.