Amor IV (in: Flor em Flama)
Ó inflamado coração,
Por que te não aquietas?
Qual inextinguível chama
Ardes dentro em mim,
Abrasando-me
Sempre que com o dela
Meu olhar se cruza.
Ó amigo Luís,
Lamento de ti discordar,
Mas vejo perfeitamente
O fogo cauterizante do amor
A me queimar
E dói,
E eu o sinto.
Porém muito mais me dói
A frieza congelante
De minha ingrata senhora, pois,
Quando por tal frieza atingido,
Labaredas tornam-se
Em reles centelhas
E fogaréus
Não passam de faíscas.