vento quente
Nesse ar, acima de quarenta graus...
O vento quente, sopra e assopra,
como se fosse baforada expelida pela
boca de um monstro qualquer...
E aquele corpo, todo torto, entorta
e desentorta deleitando-se do calor
para colorir e exibir assim, a sua cor.
De longe, nem imagina que essas
bactérias coloridas são como outras
qualquer, e que um dia, como tais...
saciarão os vermes de uma tumba
apodrecendo-se e deteriorando-se
como se fossem, eventos de hoje
sobre a brisa do olho do amanhã.
Nesse dia, ventos quentes, não te
atingirão, pois agora, jaz! É apenas
mais um punhado de estrume...
Interno estagiário, dos paladares
dos vermes os quais disputam contigo
o espaço de uma pequena tumba.
Esse vento quente, não te alcançara mais
sob sua ultima jornada, mas dessecará
as flores sobre sua sepultura, colorindo-as
com as cores de urubus, aquelas que
um dia de presenteou com perfumes
tingindo de cores... Sua felicidade e seus
amores.
Antonio Montes