vento quente

Nesse ar, acima de quarenta graus...

O vento quente, sopra e assopra,

como se fosse baforada expelida pela

boca de um monstro qualquer...

E aquele corpo, todo torto, entorta

e desentorta deleitando-se do calor

para colorir e exibir assim, a sua cor.

De longe, nem imagina que essas

bactérias coloridas são como outras

qualquer, e que um dia, como tais...

saciarão os vermes de uma tumba

apodrecendo-se e deteriorando-se

como se fossem, eventos de hoje

sobre a brisa do olho do amanhã.

Nesse dia, ventos quentes, não te

atingirão, pois agora, jaz! É apenas

mais um punhado de estrume...

Interno estagiário, dos paladares

dos vermes os quais disputam contigo

o espaço de uma pequena tumba.

Esse vento quente, não te alcançara mais

sob sua ultima jornada, mas dessecará

as flores sobre sua sepultura, colorindo-as

com as cores de urubus, aquelas que

um dia de presenteou com perfumes

tingindo de cores... Sua felicidade e seus

amores.

Antonio Montes

Amontesferr
Enviado por Amontesferr em 22/11/2017
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