A voz e a mão
A voz e a mão
(Valdir Cremasco)
O corpo se contorcia em dor,
Esquecendo o coração estilhaçado.
Uma voz tímida ecoa na multidão,
No instinto procurada pela mão.
No toque da mão, suave e preocupada,
Como que não querendo mais soltar,
Foi levada a tímida voz e a mão
Aquecendo o corpo e o coração.
A espera...
Ah! A espera é contada no relógio, em suas batidas.
Agoniada pela dor, esperançada pela voz... Pela mão.
Agoniza o dia, surge a noite e a lembrança fica.
O rosto lindo, dono da voz e da mão,
Pelo quarto, aqui e acolá, vagueia,
Anestesiando do coração e do peito, a dor,
Como a espera do dia...
Como a espera do amor.
A conclusão é que a vida é mesmo assim
Feita de dores, de amores, de emoções!
E os corações que nutrem esses sentimentos
Deixam os escapar, as vezes,
Medrado, sem um único experimento.