Poema de Calma e Poema de Raiva

Olhando-me agora

Como uma peça airosa,

Com cheiro de tulipas, não de rosas.

Oh, parece a Bossa nossa!

Olhando-me onde mesmo?

Nalgum espelho que se esconde?

E outra: não importa também

Se flores, rosa, tulipa, não temos,

Nada.

Só é curioso o que traz essa fragrância

Que me faz espreguiçar de tanta paz.

Mas sei bem onde me vendo estou,

Fingindo o filósofo na encruzilhada

Entre a esquina do teu repouso

Com a rua da minha calma.

Olhando-me agora

Como uma peça desairosa,

Com cheiro de tulipas, não de rosas.

Ah, para, nossa!

Olhando-me onde?

Nalgum espelho que se esconde?

E outra:

Não tem flores, rosa, tulipa,

Nada!

E o que traz essa fragrância

Que me faz espirrar de tanta raiva?

Sei bem onde estou me vendo.

Peço respostas na encruzilhada

Entre a esquina da tua indiferença

Com a rua da minha mágoa.