Amor I (in: Flor em Flama)
Ah, o Amor!
Dádiva perigosa que em nós
surge;
Néctar divino que aos poucos
nos consome.
O Amor é força
ora consoladora
ora desoladora
de almas.
É leito
de adagas
coberto
de veludo.
Veste-nos
para depois nos desnudar
na humilhação
de perdê-lo.
No desatentar-se
O Amor puxa-nos o tapete da
Vã esperança e caímos
no abismo
da eterna
angústia
dos desiludidos.
Como escapar do Amor
Quando não se quer
dele
fugir?
E quando se sabe que o sofrer
é certo?
Como escapar desse ludibriador
Que nos engana a todos?
Digo porém:
“O coração que não se engana
Jamais poderá amar”.
Quisera eu ter sempre à disposição uma pílula desse opiáceo que é o Amor para assim fugir da realidade a meu bel-prazer e disfarçar esse meu sofrimento bobo...