MORTE
Não à morte
Não à sua guilhotina de todos os dias
Do peso nos ombros
Da lágrima por alguém que se foi.
Antes quero à vida um canto:
Um pássaro alegre sobre os galhos da árvore
Sua melodia sempre única.
Um sol escaldante, derramando a vida em cor
O sorriso sem fim das nuvens do céu.
Sentar ao meio dia de luz e contemplar a brisa
Tocar as palmas da mão, o solado dos pés...
Ó primavera sem fim dos meus sonhos
Ó emanação das almas das coisas simples
Saber que a vida pulsa nos miseráveis caminhos
E não se abandonar às amarguras dos amargurados!
Ó doce tempo que renova a vida!
Exato instante em que o homem é mais que homem
Uma exclamação!
Sonhei, tempos atrás, que as rosas falavam comigo
E que na minha idade os anos não passavam.
E que a alegria residia não só no vinho
Mas nos abraços que infinitamente
Os comunas, de verdade, se ofereciam...
Entretanto era sonho
E como todo aquele que sonha desaba
Acordei
E a vi...
Esperava à frente, na voz triste de meu companheiro
Decapitado...